16 de setembro de 2022

O Dia Mundial da Segurança do Paciente e os serviços de diagnóstico por imagem

Tema do Dia Mundial da Segurança do Paciente este ano é “Segurança de Medicamentos”. Nos serviços de diagnóstico por imagem, além de medicamentos específicos, são utilizados medicamentos de alta vigilância, como sedativos, vasopressores e modificadores de coagulação sanguínea. As clínicas e hospitais acreditados pelo Padi cumprem uma série de padrões de segurança nas práticas de medicação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu 17 de setembro como o Dia Mundial da Segurança do Paciente. A data visa conscientizar profissionais, gestores, autoridades, pacientes e sociedade em geral sobre a importância de práticas organizadas que reduzam riscos, de forma consistente e sustentável, diminuam a ocorrência de danos evitáveis, que, caso ocorram, tenham impacto reduzido. O Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem (Padi), do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), tem uma série de padrões com este objetivo e realiza diversas ações de conscientização.

De acordo com a OMS, estudos apontam que um a cada dez pacientes está sujeito a um evento adverso enquanto recebe cuidados hospitalares. Além disso, 134 milhões de eventos em decorrência de cuidados inseguros ocorrem todos os anos em países de média e baixa renda, que causam cerca de 2,6 milhões de mortes anuais. Normas como as do Padi são fundamentais para reduzir estes índices. “A segurança do paciente é essencial”, destacou a Dra. Jovita Lane, professora do Departamento de Anatomia e Imagem da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Cadi (Comissão de Acreditação em Diagnóstico por Imagem), em um dos webinares promovidos pelo Padi, que teve o tema “Segurança do paciente em serviços de Diagnóstico por Imagem”.

Na conferência online, disponível na íntegra no canal oficial do CBR no YouTube, Dra. Jovita Lane apresentou dados de estudos finlandeses que apontaram as principais causas de eventos adversos nos serviços de imagem:

Eventos adversos

  • Identificação incorreta: 32%
  • Procedimento, lado ou local incorretos: 30%
  • Erros humanos: 20%

Reclamações

  • Atraso no diagnóstico: 38,3%

Erros indenizados

  • Negligência médica: 27,7%
  • Lesões excessivas e lesões causadas por infecções, acidentes e equipamentos: 2,7%

Segurança de Medicamentos

O tema definido pela OMS para o Dia Mundial da Segurança do Paciente em 2022 é “Segurança de Medicamentos”, com foco em conscientizar sobre a necessidade de adotar uma abordagem sistêmica e promover práticas de medicação seguras para prevenir erros de medicação e reduzir danos relacionados a medicamentos. Segundo a OMS, os danos causados por medicamentos são responsáveis por 50% do total de danos evitáveis em cuidados de saúde.

Para marcar a data e reafirmar o papel fundamental do foco em Segurança do Paciente, o Padi realiza uma série de ações. Neste sábado (17), a acreditação publica em suas redes sociais Nove Diretrizes para Segurança Medicamentosa em Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Além disso, o programa marca presença em Congresso online realizado pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp) com Simpósio sobre “Segurança em meios de contraste radiológico”.

No dia 28 de setembro, o Padi promove um encontro online sobre Segurança Medicamentosa em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com transmissão ao vivo, a partir das 19h, no canal oficial do CBR no YouTube.

Nos serviços de diagnóstico por imagem, além de medicamentos específicos, são utilizados medicamentos de alta vigilância, como sedativos, vasopressores e modificadores de coagulação sanguínea. As clínicas e hospitais acreditados pelo Padi cumprem uma série de padrões de segurança nas práticas de medicação.

A Norma Padi 3.2.4, por exemplo, estabelece que: “Os materiais, medicamentos, psicotrópicos (para sedação) e contrastes devem estar devidamente armazenados, em ambiente controlado, quando recomendado pelo fabricante, identificados e com uso controlado. Deve haver rastreabilidade das informações: registro de prescrição, quem prescreveu, CRM e assinatura do profissional responsável, quem administrou e qual lote utilizado. As datas de validade devem ser respeitadas. Verificar as datas de validade dos materiais, medicamentos e contrastes disponíveis para uso, o armazenamento e os registros de prescrição e administração”.

Entre outras regras, o Padi determina ainda que: “Deve haver descrição clara das indicações e contraindicações para uso do contraste. Em caso de contraindicação, explicações devem ser dadas ao paciente e familiar, se presente. Deve haver registro dessa ação. No laudo, devem constar informações sobre a contraindicação”. Baixe a Norma Padi na íntegra!

No Webinar sobre “Segurança do paciente em serviços de Diagnóstico por Imagem”, a Dra. Luciana de Gouvêa Viana, professora associada da Faculdade de Medicina da UFMG e consultora em Patologia Clínica do Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves (MG), abordou práticas seguras relacionadas a medicamentos nos serviços de diagnóstico por imagem. Entre elas, a importância da identificação correta do paciente, a fim de evitar que procedimentos e medicamentos sejam aplicados em pacientes errados; e melhorar a segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. Além disso, destacou que “a educação do paciente também faz toda a diferença para evitar erros”. “O médico deve orientar o paciente, ser claro com o paciente sobre qual é o plano terapêutico, para que o paciente seja vigilante, questione”, ressaltou a Dra. Luciana.

Contraste e gerenciamento de riscos

Em agosto, o Padi promoveu webinar com o tema “Como a falta de contrastes radiológicos pode impactar a biossegurança dos pacientes?”.  Especialistas deram orientações e esclareceram dúvidas diante do atual cenário de escassez do insumo por todo o mundo, que fez o Ministério da Saúde emitir uma nota com recomendações para o uso racionalizado, como priorizar procedimentos em pacientes de maior risco e em condições clínicas de urgência e emergência e considerar a utilização de métodos diagnósticos alternativos, quando possível. “A falta de contrastes gera algumas dificuldades nos serviços de imagem e aparecem dúvidas que a gente tenta responder, que esperamos que possam ajudar na rotina de todos os serviços”, declarou Dr. Guilherme Hohgraefe Neto, um dos palestrantes, especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem e membro Cadi do Colégio.

Outro webinar recente realizado pelo Padi abordou “Gerenciamento de Riscos para Diagnóstico por Imagem”. “Se eu estou trabalhando com a probabilidade de alguma coisa acontecer, tenho que trabalhar na questão da prevenção, priorizar aquilo que a gente precisa enxergar como ponto mais crítico e ir trabalhando isso com as equipes”, afirmou, na ocasião, a auditora Padi Aline Ducatti. Ela ressaltou ainda a importância da adoção de protocolos internacionais de segurança adaptados à radiologia.

O Padi também promoveu este ano um webinar com o tema “Estratégias para o manejo de eventos adversos aos meios de contrastes radiológicos”. Todos os webinares estão disponíveis na íntegra no canal oficial do CBR no YouTube.